Page 43 - 10

Basic HTML Version

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
43
equipamentos
Déficit habitacional tem queda
Melhoradarenda,expansãodocréditoesubsídiosdoMinhaCasaforam
relevantes, segundo SindusCon-SP e FGV
Estudo realizado pelo SindusCon-SP e a FGV, com base
nos dados do IBGE, estima que o déficit habitacional do
Brasil em 2011 ficou em 5,461 milhões de unidades. O nú-
mero inclui aglomerados subnormais (favelas), estimado
em 2,175 milhões. Embora não seja possível fazer com-
parações em razão da descontinuidade da série histórica
(a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD
– deixou de registrar os dados referentes à localização dos
domicílios em favelas), é possível afirmar que houve que-
da devido à diminuição da coabitação involuntária.
Nesse contexto foi preciso desenvolver outro conceito,
o de déficit básico, que em 2011 foi estimado em 3,352 mi-
lhões de unidades. O déficit habitacional básico é compos-
to por famílias que vivem em coabitação (1,674 milhão) e
moradias inadequadas (1,677 milhão, porém sem consi-
derar aquelas localizadas em favelas). O montante total é
13% menor em relação ao apurado em 2007.
Em termos relativos (proporção entre os domicílios
que faltam e o número de famílias existentes) o déficit re-
cuou de 6,5% em 2007 para 5,2% em 2011. No período em
questão, o número de domicílios no Brasil passou de 55,9
milhões para 61,5 milhões, enquanto o número de famí-
lias subiu de 59,5 milhões para 64,4 milhões.
De acordo com o levantamento, a melhoria da distri-
buição de renda, a expansão do crédito e dos subsídios
contribuíram para a melhora das condições de habitação,
principalmente entre as famílias de baixa renda. “Estabili-
dade econômica, aumento do emprego e da renda, eleva-
ção dos recursos da poupança, maior volume de crédito
imobiliário a juros menores e prazos mais longos, bem
como o Programa Minha Casa, Minha Vida, foram funda-
mentais para a redução do déficit habitacional”, comenta o
presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe.
Segundo o vice-presidente de Economia do Sindus-
Con-SP, Eduardo Zaidan, “para que o déficit habitacio-
nal continue se reduzindo, são necessários o crescimento
contínuo da economia, o prosseguimento do Programa
Minha Casa, Minha Vida e o aumento de recursos para
o financiamento imobiliário para além da Poupança e do
FGTS. É preciso também haver uma sinalização inequí-
voca e permanente do governo no sentido da condução
de uma política econômica favorável aos investimentos”.
Os dados confirmam que, em termos absolutos, a falta
de moradias é um fenômeno urbano. Em 2011, as regi-
ões urbanas concentravam 71% das necessidades de novas
moradias. Na zona rural, porém, estão 46% dos domicílios
rústicos, improvisados e cortiços - apesar da área repre-
sentar apenas 14% do total de domicílios do país. Entre
os estratos de renda domiciliar, o déficit está concentrado
entre as famílias com renda de até dois salários mínimos.
A partir do resultado, conclui-se que seria necessário
aumentar em 5,4% o número de domicílios no País para
se eliminar o problema. Vale lembrar que esse número
desconsidera as favelas.
São Paulo e Maranhão
A Região Sudeste apresentou os menores percentuais
em déficit relativo (proporção entre os domicílios que
faltam e o número de famílias existentes) foram: Espírito
Santo (2,4%), Rio de Janeiro (2,4%), São Paulo (2,8%) e
Minas Gerais (3,1%). Entre os maiores percentuais estão
Maranhão (22,9%), Amapá (18,6%) e Amazonas (13,5%).
Em termos absolutos (número de domicílios que fal-
tam), o Maranhão, onde estão apenas 3% das famílias bra-
sileiras, também lidera o ranking. No estado, a inadequa-
ção representa 84% déficit básico.
Estado mais populoso do Brasil, com 42,1 milhões de
habitantes, São Paulo concentra o segundo maior déficit
absoluto. Esse número se deve em grande parte às famílias
que vivem em coabitação involuntária, que representam
15,9% do total nacional.
Por outro lado, a coabitação involuntária foi estimada
pelo IBGE nas PNADs de 2007, 2009 e 2011. Esse compo-
nente do déficit registrou pequena alta entre 2007 e 2009,
mas voltou a cair fortemente em 2011. A redução na com-
paração com 2007 chegou a 26%.
No caso da coabitação, o estudo considera relevante o
fato de que a redução tenha se dado em quase todos os
estados. Apenas em Mato Grosso, Roraima e Piauí esse
indicador cresceu.