Revista ConstruChemical - Edição 28

REVISTA CONSTRU CHEMICAL 19 CONJUNTURA Déficit emprodutosquímicos recua13,4%em 2016, totalizandoUS$22bilhões APESARDORECUOMONETÁRIO,QUANTIDADESIMPORTADASSÃOCRESCENTESESEEQUIPARAM ARECORDESHISTÓRICOS OBrasil importouUS$ 34,2 bilhões em produtos quí- micos em 2016, valor total pago pela aquisição de mais de 37,5milhões de toneladas entre as diversas mercado- rias acompanhadas pela Abiquim no âmbito da balança comercial setorial. Na comparação com os resultados de 2015, foi registrada uma diminuição de 10,7% no valor monetário das importações, ao passo que os volumes de compras externas foram, entretanto, 11,6% superiores, fato que inquestionavelmente afasta a impressão de uma aparente recuperaçãode competitividadeda indústriado- méstica em relaçãoaoproduto importado. Emumaanáli- se histórica, as quantidades importadas são praticamente as mesmas do ano 2013, quando foi registrado o déficit histórico de US$ 32 bilhões, entretanto o preço médio das importações é agora 26%menor do que o verificado naquele ano (de US$ 1.230/t em 2013, contra US$ 910/t em 2016). Os intermediários para fertilizantes continu- aram sendo o principal item da pauta de importação do setor com compras demais deUS$ 5,2 bilhões, em 2016, equivalentes a 59% (22,2 milhões de toneladas) das 37,5 milhões de toneladas de compras externas em produtos químicos. As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, deUS$ 12,2 bilhões, em 2016, diminuíram 5,3% na comparação com o ano anterior, particularmente afe- tadas pela forte queda de 10,2% dos preços médios (em dólares americanos) praticados na condição FOBde ven- das externas. As resinas termoplásticas, com exportações deUS$ 2,2 bilhões, foram os produtos químicosmais ex- portados no anopassado, não obstante reduçãode 14,5% nopreçomédio exportadopor esse grupodeprodutos na comparação com2015. O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizouUS$22bilhões em2016,menor valor registrado desde 2010 (US$ 20,6 bilhões), ano em que foi registra- do aumentode 7,5%doPIBnacional e de 26,4%do fatu- ramento líquido da indústria química brasileira, cenário completamente diverso do delicadomomento vivido por toda a indústria em 2016. Avaliando-se as trocas comer- ciais com os principais blocos econômicos regionais, em 2016, oBrasil foi superavitário apenas em relação aos pa- íses doMercosul e da Aladi, respectivamente saldos co- merciaisdeUS$747milhõesedeUS$854milhões.Entre- tanto, foramnovamente registrados resultados estruturais negativos expressivos em relação à União Europeia e ao Nafta (América do Norte), que somados ultrapassaram um déficit agregado de US$ 14,2 bilhões, além de um crescente desbalanceamento de 5,5% ao ano com a Ásia (déficit seampliadeUS$4,3bilhõesem2010paraUS$5,9 bilhões em2016). Para a diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim, Denise Naranjo, a conjugação do aumento de quantidades importadas com a queda de preços nomer- cadoexternodeprodutosquímicos representaumdesafio marcantenaagenda setorial. “Em tese, omomentoeconô- mico delicado e o cenário cambial deveriam ter diminu- ído a intenção de se importar. Contudo, os resultados de 2016mostramum aumentode11,6% emvolumes impor- tados em contraste com uma redução de 19,9% no pre- çomédio. Nesse contexto, defesa comercial e eliminação de práticas irregulares são elementos aindamais cruciais para amanutençãode produções instaladas nopaís”, des- tacaDenise. Já o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Fi- gueiredo, entende que somente a efetivação de novos investimentos produtivos de relevância em escala e em escopo poderá reverter o déficit em produtos químicos. “Como a Abiquim tem reiteradamente enfatizado, é ab- solutamente imprescindível que o governo estabeleça um conjunto demedidas de política industrial, de facilitação de negócios e de desburocratização administrativa visan- doaatraçãodenovasproduções, diminuindoodéficit em produtos químicos”, destacaFigueiredo.

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