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Catástrofe na Turquia: especialista explica como construções ruins agravaram a tragédia

30/03/2023 - 11:03

Weber Capozzi, especialista em segurança e gerenciamento de crise em obras, destaca as principais causas para a tragédia na Turquia

O início de 2023 ficou marcado por uma catástrofe humanitária que ocorreu nas regiões sul e centro da Turquia, além do norte e oeste da Síria. Marcando 7,8 graus na escala Richter, o maior e mais mortal terremoto desde 1939 na região, devastou cidades inteiras e colocou em evidência a segurança e o gerenciamento de crise em construções civis.

Para esclarecer alguns pontos importantes e assim entender melhor como o tremor principal e outros tremores secundários resultaram em tamanha destruição, Weber Capozzi, graduado em Engenharia Química pela USP/Lorena e Oswaldo Cruz, pós-graduado MBA em Engenharia de Produtos e Serviços pela Poli/USP, e Diretor do Grupo Intacta Engenharia há 26 anos, detalha os principais pontos e regras de construção antiterremoto que não foram seguidas.

“Diversos locais do mundo estipulam regulamentações de segurança no setor da construção civil para que as obras estejam preparadas para as adversidades e fenômenos naturais de cada região. Sabendo que o nível de tremor na maioria dos lugares é menor que o pico marcado, concluímos que muitas regulamentações não foram respeitadas na Turquia, o que potencializou a tragédia.”, afirma Weber.

Concreto

“Uma das principais regras diz respeito ao concreto utilizado nas estruturas. Obras em regiões sísmicas devem ser realizadas com concreto de alta qualidade reforçado com aço, material que resiste melhor aos tremores.”, destaca Capozzi.

Colunas e vigas

“A posição das colunas e das vigas também deve seguir normas de distribuição. É preciso identificar a melhor localização e distanciamento das colunas e das vigas para que as mesmas absorvam efetivamente os impactos dos tremores.”, explica o Diretor do Grupo Intacta.

Anistias de construção

“Por fim, e ao meu ver o principal ponto que deve ser destacado nessa catástrofe, são as anistias concedidas pelo governo turco. Mediante pagamento de taxas, diversas obras foram isentas de cumprir tais regulamentos de segurança contra terremotos, e o infeliz resultado disso em um país marcado por falhas geológicas não era difícil de prever.”, finaliza Weber.

Importante ressaltar que os códigos de segurança em construções na Turquia foram estabelecidos e reforçados após uma série de desastres anteriores.

O setor da construção civil aparenta precisar urgentemente se atentar às regras de segurança, afinal, fenômenos naturais aliados a negligência há tempos causam destruição em diversas regiões do mundo.

Sobre a Intacta Engenharia

Intacta Engenharia atua há de mais 30 anos no mercado da construção civil, nos mais variados segmentos de obra, através de profissionais qualificados, visando o melhor planejamento estratégico, a segurança do trabalho e a ética. A empresa trabalha com gerenciamento integrado, e com o máximo comprometimento na redução de prazos e custos. A qualidade, o cronograma e a preservação do meio ambiente são prioridades.

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