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Varejo de materiais de construção perde 549 vagas em novembro

19/01/2016 - 11:01

Pelo terceiro mês consecutivo o varejo de material de construção da Região Metropolitana de São Paulo apresentou resultados negativos

Depois de fechar 81 vagas no mês de setembro e 491 vagas em outubro, o varejo de materiais de construção da região Metropolitana de São Paulo (RMSP) voltou a perder postos de trabalho com carteira assinada. Foram 549 em novembro. Como ocorreu em todo ano de 2015, na comparação com os mesmos meses de 2014, os resultados são os piores desde que foi possível estratificar dados setoriais por CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) no Ministério do Trabalho. Ano passado, em novembro, havia um saldo negativo de 259 vagas.

O desempenho na geração de emprego em novembro de 2015 por atividade ficou da seguinte forma:

- Comércio Varejista de Tintas e Materiais para Pintura = -32 vagas;
- Comércio Varejista de Vidros = -19 vagas;
- Comércio Varejista de Ferragens, Madeira e Materiais de Construção = -498 vagas.

Dentre os municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, aqueles com maior redução do mercado de trabalho formal neste mês, são: São Paulo (-361 vagas) e Guarulhos (-47 vagas). Por outro lado, os maiores saldos positivos foram registrados em Barueri (+54 vagas) e Santana do Parnaíba (+13 vagas).

Considerando o desempenho do acumulado do ano, de janeiro a novembro, também se possui em 2015 o pior desempenho da história, com a retração de quase 2.000 postos de trabalho do estoque total.

O departamento de economia do Sincomavi já alertava, ano passado, que o mercado de trabalho do varejo de materiais de construção da RMSP ainda estava longe do fundo do poço. A redução de quase 550 postos de trabalho em novembro demonstra que esta projeção se mostra de acordo com a realidade do setor. As variáveis que impactam diretamente o poder de compra das famílias e empresas continuam se agravando. A inflação fechou em 10,67% (IPCA/IBGE), maior patamar desde o início da década passada. Os juros continuam em níveis elevados. O endividamento atinge 50% das famílias e a inadimplência, que no início de 2015 estava próxima aos 10% dos endividados, encerra o ano acima dos 17%.

A tendência é uma continuidade no arrefecimento do consumo e investimento. Nesse momento os setores mais atingidos são aqueles de bens não essenciais, como o de materiais de construção. A necessidade de crédito para aquisição só piora tal cenário. Neste sentido, há redução de consumo, redução de faturamento e, consequentemente, ajuste no mercado de trabalho. A redução de vagas é consequência direta de menores vendas.

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