Page 31 - 07

Basic HTML Version

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
31
TENDÊNCIAS
Bloco de concreto com fundo é antieconômico
Alémde10%maispesadodoqueoblocovazadodeconcreto,consomecercade
40%maisdeargamassadeassentamentoedificultaapassagemdafiaçãoelétrica,
encarecendo o custo da mão de obra
A construção que utiliza blocos de concreto com
fundo está jogando dinheiro fora, com gastos em
geral não computados pelo cliente, seja ele cons-
trutora ou autoconstrutor. Isso porque o bloco de
concreto com fundo, também chamado de bloco fe-
chado, é cerca de 10% mais pesado do que o bloco
vazado de concreto, consome cerca de 40% mais de
argamassa de assentamento e dificulta a passagem
da fiação elétrica, encarecendo o custo da mão de
obra. Além disso, o bloco de concreto com fundo
não tem norma da ABNT e, em geral, é produzido
por fábricas de blocos sem o controle de qualidade
adequado, explica o presidente da BlocoBrasil - As-
sociação Brasileira da Indústria de Blocos de Con-
creto, Marcelo Kaiuca.
A explicação para a persistência do bloco de con-
creto com fundo no mercado deve-se, segundo os
especialistas, à falta de atualização de parte dos
pedreiros, acostumados com técnicas construtivas
antigas e que, devido a isso, pedem aos seus contra-
tantes que comprem o bloco com fundo. Esse tipo
de bloco é solicitado principalmente por pedreiros
desatualizados, que não receberam treinamento
e capacitação técnica e usam a colher de pedreiro
para assentar o bloco de fundo fechado. “Essa é uma
cultura antiga”, afirma o engenheiro Claudio Olivei-
ra, da Associação Brasileira de Cimento Portland
(ABCP).
Na ponta do lápis, porém, o barato acaba saindo
bem mais caro, adverte o arquiteto e consultor téc-
nico da BlocoBrasil, Carlos Alberto Tauil, um dos
maiores especialistas brasileiros em construção com
blocos de concreto. “Somente com o percentual a
mais de argamassa que o cliente terá de utilizar o
valor total da obra que emprega o bloco de concreto
com fundo já é superior ao da construção que em-
prega o bloco vazado de concreto, que é normaliza-
do pela ABNT e oferece qualidade ao comprador.
Acrescentando-se a isso o número de horas a mais
que o pedreiro terá de gastar para assentar essa ar-
gamassa, a necessidade de quebrar o bloco para pas-
sar as instalações elétricas e a quebra de blocos por
terem sido produzidos sem o maquinário adequado
e com o adensamento correto e, portanto, não ofe-
recerem a mesma resistência estrutural, vê-se que
o prejuízo é grande para quem compra esse tipo de
bloco”, avalia Tauil.
O bloco de concreto vazado exige menos arga-
massa e, também, oferece maior racionalização da
obra ao permitir a passagem das tubulações de ins-
talações sem que seja preciso quebrar o bloco, além
de ser produzido, em geral, por fábricas formaliza-
das e detentoras de equipamentos e métodos de pro-
dução modernos e compatíveis com as exigências da
norma da ABNT. O bloco de concreto vazado tem
de atender às exigências da norma NBR 6136/2008;
blocos vazados de concreto simples para alvenaria,
da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técni-
cas. Mesmo pequenos fabricantes, com equipamen-
tos de menor porte podem se adequar às normas da
ABNT, desde que façam as necessárias alterações
das formas de seu maquinário de produção de blo-
cos.
É importante destacar que os fabricantes de blo-
cos de concreto detentores do Selo de Qualidade da
ABCP, que exige o atendimento à norma 6136 para
ser concedido, entre outras exigências, oferecem ga-
rantia de qualidade de seus produtos aos clientes.
“Para resumir, quem precisa ter fundo é cheque e
poço, bloco de concreto não, segundo a norma”, iro-
niza Kaiuca. Portanto, para os consumidores que
querem ter a certeza sobre a qualidade do produto
e da economia no final da obra, não há dúvida: o
recomendado é comprar bloco de concreto vazado.