Revista ConstruChemical - Edição 25 - page 12

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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CASE
Concretodosadoemcentralpromoveeficiência
esustentabilidadenosprocessosconstrutivos
*Por JairoAbud eMarceloHenriques
É indiscutível que a inovação tem sidoumpré-requisitopara competir
demaneiraeficienteno setordeconstruçãocivil brasileiro.Questõescomo
durabilidade de uma estrutura e processos construtivosmais sustentáveis
têmdemandadocadavezmaispesquisasenovassoluçõesdasempresas.No
mercadodeconcreto,essapremissaéaindamais latente,vistoqueoproduto
é aplicado tanto em grandes obras de infraestrutura quanto empequenas
edificaçõesresidenciais.
SegundooSindicatoNacionaldaIndústriadoCimento(SNIC),do total
docimentoconsumidonoBrasil, somentecercade20%vaiparaasconcre-
teiras, quepreparameentregamo concretodosadoem central. Emoutros
países,comoosEUAeAlemanha,essepercentualéde75%e80%, respecti-
vamente,segundoestimativasdaAssociaçãoBrasileiradasEmpresasdeSer-
viçodeConcretagem(Abesc).Predominaaindanopaís,portanto,acultura
daautoconstrução, emqueoconcretoépreparadodiretamentenocanteiro
deobras.
Talsituaçãoocasionadiversosobstáculosnoandamentodasobras,como
baixaprodutividade,desperdíciodemateriaiseaumentodecusto.AAbesc
estimaqueumaautoconstruçãooneraentre50%e60%oscustosdeumpro-
jeto, em comparação aovalordeuma construção industrializada. Entreos
motivosqueexplicamessarelaçãoestãocustofinanceiroelevado,jáqueuma
autoconstruçãodemoramaisparaserfinalizadadoqueumaobra industria-
lizada;ealtogastodemateriais,comocimento,aço,argamassaetintas.
Alémdisso, comousodoconcretodosadoemcentral épossível aplicar
uma sériede soluçõesqueajudamno tratamentode rejeitosdasobrasena
diminuiçãodoconsumodeágua,doisproblemasquepreocupamosetorhá
muitotempo.Háalgunsanos,porexemplo,apreparaçãodoconcretoconsu-
mia200L/m³deágua.Hoje,comaaplicaçãodeaditivosquímicosespeciais,
essevolumepodechegara160L/m³,semperdadedurabilidadeequalidade
domaterial.
Pode-sedestacarosaditivoscomoumadas inovaçõesmais importantes
e sustentáveis nopreparodo concreto. Entre os primeiros aditivos utiliza-
dos noBrasil estãoos plastificantes. Com limitaçãodedosagem, paranão
interferir no início de pega do
concreto, sãocapazesdereduzir
em 8% a quantidade de água,
mantendo trabalhabilidade e
resistências.
Já os superplastificantes
são normalmente utilizados
em conjunto com os aditivos
plastificantes.
Conseguem
reduzir em até40%o conteúdo
de água e proporcionam ótima
trabalhabilidade, o que garante
umafácilaplicação.
A terceira geração de aditi-
vos refere-se aos hiperplastifi-
cantes.Aindamaispotentesqueos anteriores, são consti-
tuídospormoléculas sintéticas elaboradas artificialmente,
quepossuemtamanhodecadeiaeformatodeacordocom
oqueésolicitadopeloconcreto.Porexemplo:maiorplasti-
cidade,maiorretençãodeplasticidade,maioresresistências
nas primeiras idades, baixíssimos conteúdos de cimento,
entreoutros. Podechegarauma reduçãodemaisde50%
do conteúdo de água para omesmo abatimento. Além
disso, diminui o consumode cimento, semprejudicar as
características de resistência e durabilidade, contribuindo
assimcoma reduçãodecustos eproporcionandomelhor
resistênciadoconcretodosadoemcentral, alémdamaior
preservaçãodosrecursosnaturais.
Háaindaosaditivosretardadoresdepega,quepossuem
amesmacapacidadedecortedeáguadeumplastificante
convencional,porémcomextensãodo inícioefimdepega
doconcreto.Recomendadospara locaisdealtas tempera-
turas ambiente, grandes translados entre o local de dosa-
gemeodeaplicaçãoouentãoparaconcretosqueutilizam
cimentoscomaltasadiçõesdeclínquer,acimade90%.
Essas inovações têm sido importantes recursos para
os ganhos deprodutividade e competitividadena cons-
trução. E para fomentar o desenvolvimento sustentável
do setor, são essenciais as iniciativas para levar conhe-
cimento aos fornecedores de concreto nacional. Como
exemplo, aAbesc, emparceriacomaBASF, tempromo-
vido treinamentoscomasequipesdevendasdasconcre-
teiras, para que elas estejam aptas a explicar as diferen-
ças entreos tiposdeconcreto.Também temorganizado
visitas técnicas a fábricas e construções domundo todo
comoobjetivodedisseminarnovas tecnologias e técni-
casconstrutivas.
MarceloHenriques, engenheiro civil e gerente de vendas sênior de
químicos para construçãodaBASF
JairoAbud, presidentedaAssociaçãoBrasileira
dasEmpresasdeServiçodeConcretagem (Abesc)
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