Revista ConstruChemical - Edição 13 - page 19

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CONSTRU
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por ações como sismos, impactos, explosões e fogo.
Uma estrutura de alvenaria deve ser projetada demodo
que: esteja apta a receber todas as influências ambientais e
açõesque sobreelaproduzamefeitos significativos tantona
sua construção quanto durante a sua vida útil de projeto;
resista a ações excepcionais, como explosões e impactos,
sem apresentar danos desproporcionais às suas causas. O
projeto de uma estrutura de alvenaria deve ser elaborado,
adotando-se: sistema estrutural adequado à função dese-
jada para a edificação; ações compatíveis e representativas;
dimensionamento e verificação de todos os elementos es-
truturais presentes; especificação demateriais apropriados
e de acordo com os dimensionamentos efetuados; proce-
dimentos de controle para projeto. O projeto de estrutura
de alvenaria deve ser constituído por desenhos técnicos e
especificações. Esses documentos devem conter todas as
informações necessárias à execução da estrutura de acor-
do com os critérios adotados, conforme descrito em 5.3.1
e5.3.2danorma.
Oprojetodeveapresentardesenhos técnicoscontendoas
plantasdasfiadasdiferenciadas,excetonaalturadasabertu-
ras, easelevaçõesde todasasparedes.Emcasosespeciaisde
elementos longos repetitivos (comomuros, por exemplo),
plantas e elevações podem ser representadas parcialmente.
Devem ser apresentados, sempre que presentes, o posicio-
namento dos blocos especiais, detalhes de amarração das
paredes, localização dos pontos grauteados e armaduras, e
posicionamentodas juntasdecontroleededilatação.
As especificações de projeto devem conter as resistên-
cias características àcompressãodosprismas edosgrautes,
as faixas de resistênciamédia à compressão (ou as classes
conforme aNBR13281) das argamassas, assim como a ca-
tegoria, classe ebitolados aços a serem adotados. Também
podem ser apresentados os valoresde resistência sugeridos
paraosblocos,de formaqueas resistênciasdeprismaespe-
cificadas sejamatingidas.
Igualmente, deve existir um plano de controle da qua-
lidade. O executor deve estabelecer um plano de controle
da qualidade, onde devem estar explícitos: os responsáveis
pela execuçãodo controle e circulaçãodas informações; os
responsáveis pelo tratamento e resolução das não confor-
midades; a forma de registro e arquivamentodas informa-
ções.
A execuçãoda alvenaria estrutural sópode ser realizada
com base em um projeto estrutural, conforme descrito na
ABNTNBR15961-1,devidamentecompatibilizadocomos
demais projetos complementares.Devem constarnoplano
de controle da obra procedimentos específicos para os se-
guintes itens: a) blocode concreto; b) argamassa de assen-
tamento; c) graute; d) prisma; e) recebimento e armazena-
mentodosmateriais; f) controledeproduçãodaargamassa
e do graute; g) controle sistemáticoda resistência dobloco
ou certificações de qualidade acreditados pelo Inmetro; h)
controle sistemático da argamassa e do graute; i) controle
sistemático da resistência do prisma, quando for o caso,
conforme especificação em 8.3.2; j) controle dos demais
materiais; k) controleda locaçãodasparedes; I) controlede
elevaçãodasparedes;m) controledeexecuçãodosgrautea-
mentos; en) controledeaceitaçãodaalvenaria.
Os blocos devem atender integralmente às especifica-
çõesdaNBR6136, alémdasresistênciaseoutrasespecifica-
ções do projeto estrutural. Os blocos devem ser ensaiados
conforme especificado naNBR 12118. Para a definição da
argamassa de assentamento devem ser realizados ensaios
com antecedência adequada comosmateriais dosmesmos
fornecedores selecionadosparaaobra, comprovandoaten-
dimento dos requisitos estabelecidos no projeto estrutural
através de ensaios realizados de acordo com o Anexo D,
no caso de controle na obra, ou conforme aNBR 13279 e
demais normas pertinentes. Esses procedimentos devem
ser atendidos tanto pelas argamassas preparadas em obra
quantopelas industrializadas.
O Inmetro tambémvai exigirdos fabricantesaavaliação
de conformidade compulsória de seus produtos. Omode-
lo de certificação 4 será exclusivo para micro e pequenas
empresas e envolverá, na avaliação inicial, oOrganismode
Certificação de Produto (OCP) que deve coletar amostras
deblocos de cada famíliaobjetoda certificaçãoparaverifi-
caroatendimentoaos requisitosdanormaNBR6136:2007
edaPortaria Inmetronº 220/2013.
Os ensaios que devem ser realizados serão de análise
dimensional, absorção de água, área líquida, resistência à
compressão e permeabilidade. Para cada família objeto da
certificação, oOCPdeve coletar, nomínimo, 27 blocos de
ummodelo do tipo inteiro (predominante), sendo nove
para a prova, nove para a contraprova e nove para a teste-
munha, considerando serem necessários nove blocos para
obterum resultadocompletode todosos ensaios.
NosmodelosdeCertificação5 e7, oOCPdeveverificar
presencialmente durante a auditoria inicial o item 8.2.3 da
normaNBR ISO 9001, que trata domonitoramento eme-
dição de processos. Caso o fornecedor apresente umCer-
tificado do SGQ do processo produtivo do objeto, dentro
do seuprazode validade, oOCPdeve, nomínimo, avaliar
os requisitos da norma NBR ISO 9001. Para cada família
objeto da certificação, oOCP deve coletar, nomínimo, 27
blocos deummodelodo tipo inteiro (predominante), sen-
donovepara aprova, novepara a contraprova enovepara
a testemunha, considerando seremnecessáriosnoveblocos
para obter um resultado completo de todos os ensaios. O
Selo de Identificação da Conformidade deve ser marcado
ouapostonosblocosou impressona suaembalagem.
*Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, es-
pecialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do
Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e
AvaliaçãodeConformidade (Itenac) epresidentedaTarget
EngenhariaeConsultoria -
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