Revista ConstruChemical - Edição 18 - page 28

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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artigo
BIMnasobraspúblicas
PorMarcusGranadeiro *
A tecnologia BIM está disponível; os preços, muito acessíveis;
os fornecedores, capacitados; emuita experiência pronta, para ser
absorvida.Nesta época é inevitável nãopensar em como tudo isso
poderia serutilizandoem termosdeobraspúblicas, jáquehá tanto
registrodeatrasos,orçamentosestouradosoumesmoobrasprontas
quesenotaclaramenteumagrande ineficiêncianoresultadofinal.
Abstraindo questões como corrupção, interesses classistas e
eventuaisamarras legais, comopoderíamosusar todaessa tecnolo-
giaembenefíciodoBrasil ?Aseguirestãocolocadosalgunspontos
sobreestepensamento.
Com informaçõessobretempodedeslocamento, tempodeaten-
dimento, previsãode demanda é possível realizar a otimizaçãodo
layout emaximizar resultados na operação. Uma vez concebidoo
projeto inicial, o órgão rodaria diversas simulações com softwares
matemáticosparaotimizar os leiautesdehospitais, postosde aten-
dimento, escolas e estações de transportes, sendo que só aceitaria
que avançassemprojetos já otimizados. Uma simplesmudançade
processo como esta traria um enorme benefício à população, pois
nasceriam apenas projetos bem concebidos, com operações mais
eficientesemenosonerosas.Ofluxodediscussãodesta fasedeveria
envolverosusuáriosfinais,que interagiriamdinamicamentecomos
modelosmatemáticos,permitindoajusteseratificando ideias.Uma
vezdefinidoo leiaute,modelossimplificadospoderiamrodarna in-
terneteseracessívelporqualquercidadão, explicitandodemaneira
transparenteoobjetivoecapacidadefinal doempreendimento.Te-
ríamosmilhõesdefiscais atuantes e cobrandoodesempenhofinal
em termosdeoperação.
O estudo de viabilidade nasceria de um conceito já validado e
adequado.Umsegundoníveldedetalhamentoseriaaplicadoparaa
fasedeconcorrência.Quãomaioroprojeto,maisdetalhadadeveria
ser esta fase. Complexidade e riscos aumentam com o tamanho e
devem sermais analisados. Não se pode continuar emmente que
tempodeprojetoé tempoperdido,quãomelhoredetalhadoestiver
omodelo,menorriscoemelhorespreços.As licitaçõesteriamcomo
baseummodeloBIMenãosimplesdesenhosbidimensionais.Lici-
tações, concorrênciaspúblicasbaseadasemprojetosmaismaduros,
completos, resultandomenosespaçoparamanobrasdecorrupção.
HaveriacomoexigênciaaapresentaçãodomodeloBIMnapro-
postados concorrentes, evidenciandooplanejamentode execução
atravésde simulações4D, apresentandoofluxodecaixaatravésdo
5D, e utilizando todos os elementos para demonstrar uma análise
de risco envolvida na execuçãodo serviço. Não importa se o em-
preendimento é um edifício, uma estação de tratamento de água,
umausinadeenergiaouumaestaçãode trem; teromodelodigital
de informações completo com análises sobre ele garante umame-
lhoravaliaçãopelocontratante,vaifornecersubsídiosparaquemfor
desempenhar opapel de gerenciador, alémde diminuir o riscode
aditivoseatrasospormauplanejamento.
O gerenciamento e a supervisão da execução deveriam ter as
informações cadastradas nomodelo BIM, deixando este modelo
“disponível”aosdiversos in-
teressados,que teriam ferra-
mentasparagerar relatórios
a partir dele. Não haveria
gasto demão de obra com
formatação, redigitação de
informações e demais ati-
vidades de preparo de um
relatório,
normalmente
pouco confiável e segura-
mente já defasado ao che-
gar àsmãos do responsável
final.ModelosBIMficariam
disponíveis para consulta e
pesquisa pelas entidades de
classe e tribunais, com ple-
na transparência, informa-
ção em tempo real emenor
custo.Teríamosumvolumemaiordefiscais, demaneiracontínua,
incluindoeventuaisconcorrentesqueperderamaconcorrência,di-
ficultandocasosdecorrupção.
Alémdasmudançasdeprocessos indicadaacima,deveriahaver
oconceitodeusodeummodeloúnico,doestudodeviabilidadeao
“asbuild”, passandopor todas as fases.Omesmomodeloutilizado
nos estudosdeviabilidadevai ganhandodetalhee se transforman-
do.Emapenasummodelosepodeentender todaahistóriadopro-
jeto, analisardecisõesedirimirerrose faltadecontinuidadeenexo
entre as diversas fases. O gerenciamento contratual, a fiscalização
e a garantia de respeito às definições das etapas anteriores seriam
mais simples de serem executadas.O comissionamento seriauma
etapaquese iniciacomo iníciodoprojeto, amatéria-primaparaas
equipesdeoperaçãoemanutenção; teriaumgraudecertezamuito
maior,muitodinheiroseriaeconomizadoneste tema,poisas licita-
çõesparaaoperação teriammenos incertezas.
O leitor pode ler este artigo e chegar a diferentes conclusões.
Umadelas éque se tratadeum sonho, umdelírioquenomundo
de corrupção, interesses classistas e eventuais amarras legais nun-
ca aconteceria. Acreditoquehá comomelhorar oque temos hoje;
acreditoque temos que termais engenharia para que consigamos
termenos custos jurídicos e financeiros nas obras. O fato é que o
conceitodoBIM, de ser de ummodelo virtual do que será cons-
truído, incorporando seu comportamento, desempenho ehistória,
podenosajudarnareduçãodosatrasos,orçamentosestouradosou
mesmoedificações ineficientes.Éassimquepoderíamosbeneficiar
oBrasil.
*
MarcusGranadeiroépresidentedaConstrutivo.com, empresade
fornecimentodesoluçãoparagestãoeprocessosdepontaapontapara
omercadode engenharia, comoferta100%nanuvem enamodali-
dadede serviço (SaaS)
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